Na verdade, antes de pensar em uma resposta eu precisei reconhecer que não sou feliz. Não estou dramatizando. Significa dizer que por mais que eu passe dias agradáveis, outros dias incríveis e tenha até boas surpresas e companhias, não sou plenamente feliz. A minha essência não é/está feliz. Eu deveria ser feliz enquanto não preciso de nada para me alegrar, e muito mais feliz quando houvesse algo. Mas a verdade é que sou feliz quando há algo de bom acontecendo e triste em todos os outros momentos que restam. Eu não me basto. Não tenho luz própria e por isso não gosto de luz apagada. Não foi sempre assim. Eu lembro, e algumas pessoas que andam comigo essa estrada de (in) felicidade também lembram, que eu fui feliz. Na essência. Eu brilhava nos olhos e no sorriso. Mas em alguns lugares do tempo, e eu sei exatamente cada tempo e lugar, eu arranquei partes da matéria prima que me formava e por isso estou sempre usando reservas esgotáveis. Eu sempre me abstive de culpa porque olhava para as pessoas, certo de que ninguém, ninguém se basta. Nunca percebi a sutil diferença entre as pessoas que passam por coisas ruins e as pessoas que passam por coisas boas. Eu sou uma pessoa que passa por coisas boas. E essas coisas passam. Melhor seria passar por coisas ruins e voltar à natural felicidade após. Todos dizem, e eu acredito, que se eu voltasse ao lugar onde perdi minhas partes eu não reencontraria mais nada, mas eu poderia tratar as feridas. Porque as piores feridas só são curadas com invasão. Precisam ser tocadas. Eu já toquei em muitas e não quero mais dor gratuita ou mesmo recompensada. Por isso que acredito que há outra maneira... E o que me falta para ser feliz é encontrá-la. Eu estou tentando e é tudo que posso prometer por enquanto. Até lá estou comprometido em valorizar as coisas boas que recebo e compartilhá-las com quem amo. Estou em busca da felicidade e isso me coloca em um patamar mais positivo (e vivo) que algumas pessoas.
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